Pacientes oncológicos atendidos pelo UNACON de Feira de Santana fazem um apelo urgente: há cerca de 10 dias, os medicamentos de alto custo fornecidos pela instituição não chegam às mãos dos pacientes.
Segundo informações, os medicamentos estavam aguardando liberação pela CEFARBA. No entanto, a própria CEFARBA já teria informado que os remédios foram encaminhados ao UNACON desde a última quarta-feira (29/01), contradizendo a justificativa dada pela unidade aos pacientes. A grande questão é: onde foram parar esses medicamentos?
É importante ressaltar que alguns desses remédios custam, em média, R$ 35 mil cada, sendo essenciais para o tratamento dos pacientes.
Maus-tratos e burocracia desnecessária
Além da falta de medicamentos, os pacientes denunciam a precarização no atendimento. Antes, o procedimento era ágil: o paciente passava pela consulta médica, recebia a prescrição e, em poucos minutos, retirava o remédio na farmácia do hospital.
Agora, o processo tornou-se extremamente burocrático. Após a consulta, o paciente deve se dirigir à farmácia do UNACON, pegar uma ficha de atendimento e aguardar até duas horas para passar por uma triagem com um farmacêutico. Somente depois dessa avaliação, o medicamento pode ser liberado.
A situação se agrava pela falta de estrutura da farmácia. A sala de espera conta com apenas quatro cadeiras, deixando dezenas de pacientes—muitos em estado debilitado—expostos ao sol e à chuva do lado de fora.
Profissionais da unidade também teriam manifestado insatisfação com essa burocracia, que acumula serviços e atrasa ainda mais a distribuição dos medicamentos.
Impactos do atraso na entrega de medicamentos
A demora na liberação dos remédios pode trazer consequências gravíssimas para os pacientes oncológicos, incluindo:
Progressão da doença: Sem acesso ao tratamento no tempo adequado, tumores podem avançar rapidamente.
Descontinuidade do tratamento: Muitos medicamentos seguem protocolos rígidos. O atraso pode comprometer a eficácia do tratamento.
Impactos físicos e emocionais: Além das dores e sintomas do câncer, o estresse causado pela incerteza e pela dificuldade de acesso aos remédios afeta a saúde mental dos pacientes.
Aumento do risco de complicações: A falta de medicamentos pode enfraquecer o sistema imunológico dos pacientes, tornando-os mais vulneráveis a infecções e outras complicações.
Diante dessa situação, fica a pergunta: quem se beneficia dessa burocracia desumana? A saúde dos pacientes oncológicos deve ser prioridade, e medidas urgentes precisam ser tomadas para garantir o acesso rápido e digno aos medicamentos essenciais para o tratamento.
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