As recentes nomeações para cargos de alto e médio escalonamento no governo municipal de Feira de Santana, lideradas pelo prefeito José Ronaldo (União Brasil) e pelo vice-prefeito Pablo Roberto (PSDB), estão gerando insatisfação entre os cabos eleitorais de menor expressão. Secretários, superintendentes, diretores e chefes de gabinete foram anunciados, mas a escolha de nomes que, segundo algumas lideranças, não atuaram para a eleição, causaram revolta nos bastidores políticos.
Nos grupos de WhatsApp de lideranças aliadas, a frustração é evidente. Os cabos eleitorais que participaram da campanha, distribuindo materiais e mobilizando a base, afirmam estar sendo deixados de lado. Um exemplo marcante dessa insatisfação é a declaração de Altemir da Caboronga, figura conhecida por lavar a escadaria da prefeitura para, simbolicamente, retirar a “urucubaca” deixada pela gestão anterior.
“Fizeram o quê mais do que Altemir? Fizeram mais que Daniel e Cristovaldo, aonde? Ah, porque Zé Ronaldo está vendendo, não sei o quê… Mas está na hora de chamar a gente, chamar os cachorros!”, desabafou Altemir , indignado com as escolhas para os principais postos da administração.
A fala de Altemir reflete o sentimento compartilhado por outros cabos eleitorais e lideranças de menor porte, que se consideram fundamentais para o sucesso da campanha, mas que, tradicionalmente, são os últimos a serem lembrados na composição do governo.
A repercussão cresce e revela uma antiga insatisfação nos bastidores da política local: uma disputa entre os que esperam ser recompensados por seus esforços e aqueles que são indicados por critérios considerados, por alguns, pouco equitativos.
Até o momento, nem o prefeito José Ronaldo nem o vice Pablo Roberto comentaram publicamente as críticas. Nos bastidores, no entanto, os aliados esperam que a administração encontre formas de contemplar as diversas lideranças que atuaram para a vitória nas urnas, evitando desgastes políticos logo no início do mandato.