O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Helena Mascarenhas de Almeida, localizado no bairro da Conceição, em Feira de Santana, amanheceu com as portas fechadas nesta terça-feira (10), deixando centenas de moradores sem atendimento. O motivo, segundo relatos, é o atraso no pagamento dos funcionários, o que resultou na paralisação das atividades.
A suspensão do atendimento pegou de surpresa os moradores que dependiam diariamente dos serviços oferecidos pelo CRAS. Em meio ao sol escaldante, dezenas pessoas e inclusive cadeirantes aguardavam por uma solução que não veio. “O que nos deixaram estarrecidos é que nos deixaram do lado de fora, no sol quente, e depois vieram nos informar que não teriam atendimento porque eles estavam sem receber. Compreendemos as necessidades deles, mas e as nossas? Muita gente deixou de pegar seus medicamentos, dar entrada em solicitações, dentre outras situações. Como fica isso?”, questionou uma usuária visivelmente revoltada.
O CRAS é uma peça fundamental no suporte à população em situação de vulnerabilidade social. Entre os serviços oferecidos estão o acesso ao Cadastro Único (CadÚnico), que é uma porta de entrada para programas sociais como o Bolsa Família, acompanhamento familiar por meio do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), encaminhamento para serviços de saúde , assistência jurídica, retirada de segunda via de documentos e acesso a cursos de qualificação profissional. Além disso, a unidade desempenha um papel crucial na distribuição de cestas básicas e auxílio a pessoas em situações emergenciais.
Com o fechamento da unidade, a população do bairro da Conceição ficou sem acesso a esses serviços essenciais, agravando ainda mais as dificuldades enfrentadas por famílias em situação de pobreza extrema.
Até o momento, a Prefeitura de Feira de Santana não se manifestou oficialmente sobre a paralisação ou sobre o prazo para o retorno das atividades no CRAS. O silêncio apenas intensifica a angústia dos moradores que dependem do centro para resolver questões urgentes.
Enquanto isso, a comunidade segue à espera de respostas e ações concretas para solucionar uma crise. “É um descaso com os mais pobres. Quem tem dinheiro não precisa esperar pelo CRAS, mas para nós, é a única saída. Sem isso, estamos abandonados”, desabafou outro morador.
O presidente da Associação dos Moradores do bairro da Conceição II, Raimundo Souza ( Raimundão), manifestou indignação com a suspensão dos serviços e pediu que as autoridades resolvessem o problema o mais rápido possível. “É inadmissível que uma situação como essa aconteça, deixando tantas pessoas sem atendimento. Esperamos uma solução imediata para que a população volte a ter acesso aos serviços do CRAS”, declarou.
O fechamento do CRAS evidencia mais uma vez o impacto social das crises financeiras em instituições públicas e reforça a necessidade de soluções urgentes para garantir o direito básico da população ao acesso à assistência social.