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UPA Estadual de Feira de Santana realiza captação de córnea e renova esperança para pacientes em fila de espera

Osvaldo Cruz
4 Min Leitura

Neste sábado, a UPA Estadual de Feira de Santana, sob nova gestão da Organização Social S3, realizou com sucesso uma captação de córnea. O doador foi um paciente do sexo masculino, de 70 anos, cujo gesto de solidariedade foi autorizado por seus filhos após acolhimento e abordagem conduzidos pela equipe de Serviço Social da unidade. Após a notificação do óbito e o consentimento da família, a equipe da Organização de Procura de Órgãos (OPO) foi acionada para realizar o procedimento.

Na Bahia, 1.647 pessoas estão atualmente na fila de espera por um transplante de córnea, de acordo com dados da Central Estadual de Transplantes. Cada doação pode beneficiar até dois pacientes, trazendo de volta a visão e melhorando significativamente a qualidade de vida de quem espera por essa oportunidade.

Para a assistente social Jéssica Stafanny Silva, que conduziu o acolhimento da família, o momento foi marcante e reforça a importância do trabalho humanizado realizado na unidade. “Sabemos que é um momento de dor para a família, mas também é uma chance de levar esperança a outras pessoas. Foi muito gratificante perceber que conseguimos passar confiança para a família, que se sentiu acolhida por nós. A doação é um ato de amor que transforma vidas, e participar desse processo nos motiva a continuar conscientizando as famílias sobre a importância desse gesto”, afirmou.

A captação de córneas é um procedimento breve, realizado por profissionais capacitados para garantir a preservação do tecido ocular até o momento do transplante. A retomada desse tipo de ação na UPA Estadual de Feira de Santana ressalta o compromisso da nova gestão em priorizar o cuidado humanizado e fortalecer a adesão às políticas de doação de órgãos no estado.

Desafios

Eraldo Moura, coordenador do Sistema Estadual de Transplantes, indicou que um dos principais desafios para o Estado é a taxa de recusa familiar à doação de órgãos.

“Precisamos trabalhar para garantir uma maior aceitação entre as famílias. Transplantes salvam vidas. A doação de órgãos é um ato de amor, solidariedade e cuidado para com o próximo”, destacou o coordenador.

Como funciona a fila

A lista de espera por um órgão funciona baseada em critérios técnicos, em que a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados. Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica.

 

Além disso, algumas situações de extrema gravidade com risco de morte e condições clínicas de um paciente aguardando transplante também são determinantes na organização da fila do transplante. São eventos determinantes de prioridade na fila de doação: a impossibilidade total de acesso para diálise (filtração do sangue), no caso de doentes renais; a insuficiência hepática aguda grave, para doentes do fígado; necessidade de assistência circulatória, para pacientes cardiopatas; e rejeição de órgãos recentes transplantados.

Cabe destacar que a lista é única tanto para pacientes do SUS quanto da rede privada.

ASCOM

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