Durante três dias, os guardas municipais de Feira de Santana estão engajados em uma mobilização que revela a força e determinação de uma categoria comprometida com a justiça e o respeito à sua profissão. O estopim do movimento foi a aparente traição do prefeito Colbert Martins e seu grupo político, que após prometer melhorias no novo estatuto dos agentes de segurança pública, enviou à Câmara Municipal uma proposta completamente divergente, retirando direitos conquistados e ameaçando o futuro da carreira dos guardas.
Na terça-feira, 1º de outubro, os guardas iniciaram um protesto pacífico e ordenado na Câmara Municipal. A pressão surtiu efeito, e, após um diálogo com a presidente da Casa, vereadora Eremita Mota (PP), o polêmico projeto de lei foi retirado de pauta, dando um respiro momentâneo à categoria. Mas o movimento não parou por aí.
Na quarta-feira (2), os guardas voltaram a manifestar sua insatisfação. E, nesta quinta-feira (3), concentraram-se em frente à Prefeitura de Feira de Santana, aguardando uma resposta do prefeito. A união da categoria é evidente, e a liderança da Associação dos Guardas Municipais e do Sindguarda se mantém firme na defesa dos direitos dos trabalhadores. O secretário titular da Seprev, órgão ao qual os guardas são vinculados, tentou intermediar uma reunião entre a comissão dos guardas e o prefeito, na tentativa de encontrar uma solução que atenda às demandas da categoria.
O impasse, no entanto, foi causado pelo próprio prefeito Colbert Martins, que já em 2019 cometeu um erro similar ao não cumprir a Lei Complementar 56/2011. Esta lei estabelece que os guardas municipais de Feira de Santana devem ser promovidos anualmente após avaliação de desempenho, o que não ocorreu à época. Agora, com o novo estatuto em jogo, a categoria se vê novamente prejudicada por uma mudança de postura do gestor municipal.
Depois de celebrar o acordo inicial com a categoria, o prefeito surpreendeu a todos ao enviar uma versão do estatuto à Câmara que ignora as conquistas previamente acordadas. Em entrevista ao portal Acorda Cidade, Colbert Martins alegou que o projeto original, elaborado pelos guardas, acarretaria um impacto financeiro no orçamento do município e afirmou ter encaminhado o documento para análise da Secretaria da Fazenda.
O movimento dos guardas municipais é um exemplo de luta pacífica por dignidade, respeito e direitos. É uma jornada que merece ser aplaudida e apoiada, pois representa não apenas a busca por justiça para uma categoria, mas também a valorização do serviço público e da segurança de todos os cidadãos de Feira de Santana. Que este movimento inspire outros trabalhadores a nunca desistirem de seus direitos e sempre lutarem por uma sociedade mais justa e igualitária.