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Serra Preta: Justiça Eleitoral avalia pedido de impugnação de pesquisa polêmica, o Bravo foi ignorado

Osvaldo Cruz
5 Min Leitura

Uma polêmica envolvendo a exclusão do Distrito Bravo, maior colégio eleitoral do município de Serra Preta, de uma pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto de Pesquisas Exatas (IPEX), está gerando desconfiança entre candidatos e eleitores. A pesquisa, contratada para medir a intenção de voto nas eleições de 2024, não incluiu o distrito que concentra mais de 6.000 eleitores, um fato que levanta suspeitas sobre a precisão e a imparcialidade do levantamento.

O Distrito Bravo é o maior colégio eleitoral da cidade, representando uma porção significativa do eleitorado de Serra Preta. A omissão deste distrito no questionário da pesquisa foi apontada em um pedido de impugnação protocolado na justiça. O candidato a prefeito pelo PSOL classificou a ausência do distrito na pesquisa como “uma tentativa deliberada de distorcer os resultados e influenciar a opinião pública”. A ação judicial pede a suspensão imediata da divulgação dos dados, que já começaram a circular em redes sociais e grupos de WhatsApp.

Impacto Eleitoral

A exclusão do Distrito Bravo não é um detalhe pequeno. Com seus 6.158 eleitores, ele corresponde a uma parte expressiva do universo de votantes do município. A pesquisa, realizada com 505 entrevistados, indicou uma margem de erro de 4,3%. No entanto, segundo especialistas, essa margem pode ser significativamente maior ao desconsiderar uma área tão representativa.

“A pesquisa ignora um dos principais grupos de eleitores da cidade. Isso pode afetar diretamente o resultado, criando uma percepção falsa do cenário eleitoral em Serra Preta”, comentou um cientista político consultado. “É como realizar uma pesquisa nacional e não incluir o Estado de São Paulo — a margem de erro aumenta exponencialmente e os dados se tornam imprecisos.”

Instituto de Pesquisa

Em sua contestação, o IPEX alegou que “nenhuma pesquisa eleitoral é obrigada a abranger todas as localidades de um município” e que o plano amostral apresentado foi registrado conforme as exigências da legislação eleitoral. Segundo a defesa, o Distrito Bravo faz parte da área denominada “Contorno do Bravo”, o que justificaria sua exclusão do levantamento principal. A justificativa, no entanto, não foi suficiente para acalmar os ânimos dos eleitores.

“Essa alegação é insuficiente”, argumentou um advogado. “A defesa não explica como a maior área eleitoral da cidade foi deixada de fora. Essa omissão altera os resultados e distorce a realidade. Estamos diante de uma possível tentativa de manipulação dos dados.”

Reação dos Candidatos

Candidatos se manifestaram duramente contra a pesquisa. Eles expressaram preocupação com a divulgação dos resultados, considerando-a uma manobra política para influenciar os eleitores às vésperas do pleito.

“Não estamos pedindo que a pesquisa favoreça ninguém, mas que reflita a realidade. Ignorar o maior colégio eleitoral é um erro grave, que desrespeita o processo democrático”, disse um manifestante.

A coligação de Franklin Leite e Mário Gonçalves, adversários na corrida eleitoral, não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

Repercussão e Suspensão da Pesquisa

A impugnação e o pedido de liminar para suspender a divulgação da pesquisa estão sob análise da Justiça Eleitoral. O advogado argumentou que “a manutenção da pesquisa sem correções metodológicas é um risco à lisura do pleito”, pedindo urgência na decisão judicial.

Em meio às discussões, eleitores de Serra Preta se mostram divididos. Grupos nas redes sociais criticam o que chamam de “jogo sujo” de manipulação dos dados, enquanto outros defendem a lisura do processo conduzido pelo IPEX.

Consequências Políticas

A controvérsia sobre a pesquisa eleitoral coloca ainda mais tensão na disputa eleitoral de Serra Preta, que já é marcada por polarização. Se a Justiça confirmar as suspeitas de manipulação ou erro metodológico grave, a pesquisa poderá ser suspensa, e a repercussão política pode afetar diretamente a corrida eleitoral.

Com a crescente atenção sobre a condução de pesquisas eleitorais, o caso de Serra Preta pode servir de exemplo para outras cidades, reforçando a necessidade de transparência nas metodologias aplicadas. Enquanto isso, os eleitores aguardam a decisão da Justiça, que poderá definir o futuro da campanha eleitoral no município.

Por Jornal Regional de Serra Preta

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