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Tensão e Desilusão: Guardas Municipais de Feira de Santana se sentem traídos pelo prefeito Colbert Martins

Osvaldo Cruz
4 Min Leitura

Em um cenário que mistura promessas, esperança e, infelizmente, frustração, os guardas municipais de Feira de Santana enfrentam mais uma vez o que muitos consideram um golpe em seus direitos e dignidade. Em um espetáculo que parecia ser um marco histórico, o prefeito Colbert Martins reuniu, em grande estilo, os servidores da segurança pública no estacionamento da prefeitura, para celebrar a assinatura da reforma do estatuto da categoria. A ocasião foi digna de festa, com fotos, filmagens e sorrisos, tudo cuidadosamente capturado pela mídia da prefeitura para pintar o momento como um avanço para os guardas municipais. Mas o que se seguiu provou ser um pesadelo para a classe.

Sete dias após o evento, o projeto de lei foi enviado para a Câmara Municipal com a promessa de melhorias. Contudo, a realidade foi devastadora: o estatuto que chegou às mãos dos vereadores era completamente diferente daquele assinado pelo prefeito em frente à categoria. O novo texto, apelidado pelos guardas como um “projeto bomba”, representava uma verdadeira armadilha, trazendo perdas de direitos já garantidos por lei e excluindo pontos cruciais que haviam sido negociados com o apoio do vereador Pedro Américo.

Essa reviravolta gerou uma onda de revolta. Na manhã desta terça-feira, dia 1º, guardas municipais, juntamente com seus representantes do sindicato Sindguarda e da Associação da categoria, se mobilizaram e protestaram  na Câmara Municipal. Lá, reuniram-se com a presidente da Câmara, vereadora Eremita Mota, e os vereadores Pedro Américo e Jonathas Monteiro, numa tentativa desesperada de reverter o dano e buscar explicações sobre o retrocesso imposto.

Para aumentar a tensão, a retirada do projeto de pauta foi solicitada, e as chances de uma nova discussão antes das eleições são mínimas. Com apenas duas sessões restantes antes do pleito, o tempo está contra os guardas. A apreensão cresce, uma vez que a possibilidade de revisar o texto, apresentar pareceres e colocá-lo em votação torna-se praticamente inviável. A categoria se vê à mercê de uma jogada política, sentindo-se usada em um momento crucial para o futuro de sua carreira.

Este episódio faz ecoar uma lembrança amarga de 2019, quando o mesmo prefeito, Colbert Martins, reuniu os guardas e assinou as progressões verticais e horizontais dos servidores de segurança pública. Na época, o que parecia ser uma vitória foi rapidamente silenciado quando o decreto jamais foi publicado no Diário Oficial, deixando os agentes sem as promessas cumpridas.

Agora, novamente enganados e com os direitos ameaçados, os guardas municipais de Feira de Santana lutam para que suas vozes sejam ouvidas. O sentimento de traição é profundo. O que antes parecia uma vitória, tornou-se uma batalha pela dignidade e pelo respeito. Em meio a festas forjadas e promessas vazias, os guardas seguem firmes, esperando que a justiça seja feita, antes que o tempo e a política apaguem suas esperanças mais uma vez.

 

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