Embora formada por 44 creches públicas, um número aparentemente expressivo, a rede municipal de ensino não consegue atender, de maneira satisfatória, as crianças de até cinco anos. As mais negligenciadas têm entre zero e três anos. Estes e outros dados foram apresentados na Câmara, esta quinta-feira (8), pela diretora da Associação de Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB/Sindicato) em Feira de Santana, a professora Ivonete de Jesus. Ela esteve presente à audiência pública realizada pelo Legislativo através da Comissão de Educação e Cultura.
Além disso, como membro da APLB, a professora afirma que recebe, frequentemente, queixas de pais e responsáveis das crianças atendidas pelas creches públicas. Reclamam da falta de professores, funcionários e de unidades que funcionem em tempo integral.
O cenário é ainda pior para as crianças migrantes e refugiadas que residem em Feira de Santana, afirma a militante Movimento Nacional de População de Rua – Núcleo de Feira de Santana, Carla Silva. Segundo ela, 73 indígenas da etnia Warao, que migraram do norte da Venezuela para a Princesa do Sertão, enfrentam dificuldades para inserir as crianças em creches e escolas, principalmente pela divergência linguística. Sem suporte para a inclusão deste público, ela destaca que princípios da Carta Magna são feridos, como a garantia da liberdade de expressão cultural indígena.
A audiência pública contou com a participação de vereadores e representantes de diversos segmentos da sociedade, como a Associação de Mães e Pais de Autistas (AMPA) e a Associação Cultural Moviafro. Apesar de serem convidados, representantes da Secretaria Municipal de Educação (SEDUC) e do Ministério Público Estadual não compareceram ao evento.
ASCOM