O ex-prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo, encontra-se em uma situação complicada, com sua pré-candidatura apoiada por dez partidos que pressionam para indicar o candidato a vice-prefeito. Entre os partidos estão União Brasil, PL, DC, PDT, PMN, PRD, PMB, PRTB, Republicanos e Solidariedade. A disputa pela indicação do vice pode se transformar em um problema sério para Zé Ronaldo, que precisa administrar as expectativas e interesses de cada aliado.
O ponto crítico da questão envolve Zé Chico, presidente do Fluminense de Feira, que deixou o União Brasil e se filiou ao PDT, claramente com o objetivo de ser o vice na chapa de continuidade do atual prefeito Colbert Martins, ao lado de Zé Ronaldo. A movimentação de Zé Chico demonstra uma estratégia clara, renunciando à condição de suplente de deputado federal para se juntar ao PDT, um partido que não é tão expressivo quanto o União Brasil no Estado, mas que oferece uma posição mais vantajosa no cenário atual.
A decisão de Zé Chico levanta questões sobre seu futuro político. Caso não seja escolhido como vice, Zé Ronaldo corre o risco de ser visto como traidor, repetindo um cenário semelhante ao vivido na campanha de governador em 2022, por ACM Neto. Na época, Neto manteve Zé Ronaldo restrito a uma corrente política partidária, sem margem para movimentos estratégicos, levando a uma derrota amarga. Agora, Zé Ronaldo parece repetir a história com Zé Chico, mas com um agravante: Zé Chico pode perder sua paciência e abandonar o grupo caso não seja indicado como vice, comprometendo a unidade da coalizão.
A complexidade da política municipal em Feira de Santana exige de Zé Ronaldo uma habilidade diplomática excepcional. Ele precisa decidir rapidamente e se compromete com Zé Chico, garantindo a continuidade de seu apoio, ou se arrisca a perder um aliado importante, o que pode enfraquecer sua posição frente à oposição. A decisão sobre a escolha do vice-prefeito é crucial para a manutenção de sua base de apoio e para o sucesso de sua candidatura, que já está abalada pela ruptura estrutural com a saída de Pablo Roberto.
Com o cenário político local em constante mudança, Zé Ronaldo precisa agir com cautela e visão estratégica, evitando erros que possam comprometer sua trajetória política e a estabilidade da coalizão que o apoia. A política municipal, repleta de detalhes sutis e rivalidades, coloca o ex-prefeito em uma encruzilhada que poderá definir seu futuro e o de seus aliados. Não será guela abaixo como antes.