A Polícia Federal pretende realizar um novo interrogatório com Adélio Bispo, autor da facada em Jair Bolsonaro (PL) em 2018. A intenção, segundo o jornal Folha de S. Paulo, é buscar novos indícios de um suposto mandante ou financiadores do atentado.
A hipótese, vale dizer, já foi descartada duas vezes pelos investigadores, que apontaram que o homem teria agido por conta própria. Apesar disso, Bolsonaro e seus aliados seguiram pressionando para que novas diligências fossem realizadas para identificar supostos cúmplices no crime.
Antes de pedir o novo interrogatório, o delegado Martín Bottaro Purper também pediu na Justiça acesso ao novo laudo sobre a saúde mental de Adélio. O documento foi produzido há alguns meses por peritos, seguindo determinações legais para presos na condição do autor da facada. O juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal Criminal de Campo Grande, no entanto, negou o acesso alegando não ver motivações para tal investigação.
“O documento está sob sigilo absoluto e não constitui diligência investigativa sobre fatos pretéritos, que justifiquem sua utilização na averiguação da participação e/ou financiamento por terceiros, no delito praticado pelo internado”, escreveu o magistrado após consultar o Ministério Público, que desde 2020 já se manifestou pelo arquivamento das investigações.
Puper, é importante frisar, é o terceiro delegado à frente das investigações. Antes dele, Rodrigo Morais Fernandes havia retomado o caso após pedido de Frederick Wassef acatado pela Justiça. O advogado do clã-Bolsonaro defendeu, em novembro de 2021, que os celulares e contas de Zanone Oliveira Júnior, que atuou na defesa de Adélio, fossem vasculhados. A atuação de Fernandes, porém, foi criticada por Bolsonaro e ele então foi deslocado para atuar em uma força-tarefa nos Estados Unidos.
Informações da Carta Capital