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Bolsonaro aposta na abstenção

Osvaldo Cruz
3 Min Leitura

Nas apostas da campanha de Jair Bolsonaro (PL) para uma vitória nas urnas no segundo turno da eleição presidencial tem destaque um possível aumento do índice de abstenção em Estados onde a eleição já foi decidida, principalmente no Nordeste – base eleitoral mais fiel do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Numa votação que se projeta acirrada, o número de eleitores que não comparecem às urnas se tornou preocupação latente da campanha petista.

Com a surpresa de ter de enfrentar um segundo turno mais renhido do que o esperado, o combate à abstenção esteve presente nas manifestações de quase todos os governadores presentes na quarta-feira na reunião em que declararam apoio a Lula, em São Paulo.

No caso de Bolsonaro, um dos principais esforços da campanha está concentrado em aumentar a presença de votantes nos 12 Estados em que o presidente venceu e, ao mesmo tempo, confiar na desmobilização da máquina de candidatos às Assembleias Legislativas, Congresso e governos estaduais nas “áreas vermelhas”, com eleitores mais pobres, o que ajudaria a desestimular o comparecimento.

Um estudo estatístico desenvolvido por Örjan Olsén, diretor da Analítica Consultoria, verificou qual seria o possível impacto da abstenção no total de votos dos dois candidatos no segundo turno. No modelo mais favorável a Bolsonaro, o peso do não comparecimento, isoladamente, poderia significar uma diferença de 0,5% dos votos válidos em favor do presidente – o que só definiria uma eleição em um cenário de acirramento da disputa, com a vitória sendo definida por uma margem pequena de votos, menor ainda do que aquela registrada entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB), em 2014. Naquele ano, a petista obteve 51,64% dos votos e o tucano, 48,36%. Em um caso assim, a abstenção pode ser decisiva.

EXPECTATIVA. Um dos coordenadores da campanha de reeleição de Bolsonaro, Fábio Faria, ministro das Comunicações, disse ao Estadão que a campanha tem a expectativa de uma abstenção maior no segundo turno justamente nos Estados do Nordeste. “O voto útil foi 100% para o Lula. Na nossa conta o Lula vai ter, só de abstenção, menos 3,6% – diferença da abstenção do Bolsonaro para Lula”, afirmou.

Notícias ao Minuto

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