“Cheguei aqui com um bocapio e um papelão debaixo do braço (para dormir). Hoje, sou um representante do povo no Poder Legislativo”. A declaração, cheia de orgulho, é do vereador Luiz da Feira (PROS), em entrevista para a TV Câmara. Prato, caneca e colher, uma unidade de cada, além do “fogão de uma boca só”, também faziam parte de sua “mudança” do distrito Bonfim de Feira, onde nasceu, para a cidade.
Trabalhador autônomo, foi atuando como camelô que venceu em Feira de Santana – onde aportou em 1998, aos 24 anos de idade – sendo esta a classe que ele mais defende na Casa da Cidadania.
Eleito para o segundo mandato, com 3,376 votos, já escolheu qual a sua prioridade em 2021: “Lutar para que o Shopping Popular seja, na prática, dos vendedores ambulantes. Tenho obrigação de batalhar por estes pais e mães de família”.
Crítico ferrenho do contrato firmado entre a Prefeitura e o consórcio que administra a denominada Cidade das Compras, Luiz da Feira diz que o equipamento foi idealizado para instalar os vendedores ambulantes que atuam no centro da cidade mas o empresário Elias Tergilene (presidente do grupo econômico responsável pela construção e gestão do empreendimento) teria destinado aos camelôs “os piores pontos, localizados no porão, para ele poder comercializar os melhores espaços”.
Comerciantes estabelecidos no local encontram-se, segundo ele, sem vender, e não têm recursos financeiros para equipar os boxes. “Alguns não podem gastar R$ 3 a 4 mil com essa despesa e ainda pagar uma ‘guia’ de R$ 2 a 3 mil por mês. E ele diz que vai tomar 500 pontos, alegando que teriam sido abandonados”.
Diz que Tergilene tentou lhe difamar. “Quem quiser saber de mim, pesquise meu CPF e quem quiser saber quem é ele, veja o CPF dele”, diz o vereador, ao cobrar do prefeito reeleito, Colbert Martins Filho, “uma maior fiscalização e medidas mais enérgicas para garantir os direitos dos ambulantes”.
VAI COBRAR INVESTIMENTOS PARA A ZONA RURAL
Motoboys, taxistas, vendedores de frutas e verduras (“que chegam às 4 horas da madrugada no Centro de Abastecimento, empurrando carro de mão para levar o pão de cada dia para casa”) e os moradores da zona rural também estão na pauta de trabalho do vereador. Defende que Prefeitura e Governo do Estado façam mais investimentos na agricultura. “Temos de ter respeito pela zona rural, investir em todos os distritos e não escolher A ou B”.
Considerado entre os colegas como “rei do abraço”, ele lamenta o momento, que impõe afastamento entre as pessoas devido à pandemia de coronavírus e manifesta solidariedade a quem perdeu um familiar ou amigo, vítima da doença.
“Quando você cola um coração no outro, sente amor, carinho, gratidão. Deus vai colocar as mãos e normalizar tudo”, acredita.
(Fonte:ASCOM)