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Após 20 anos, Etiópia e Eritreia põem fim a guerra

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naom_5b436bd50eac9primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, e o presidente da Eritreia, Isaias Afewerki, assinaram nesta segunda-feira (9) uma declaração que põe fim ao “estado de guerra” entre os dois países e encerra 20 anos de hostilidades.

Além disso, Ahmed, 42 anos, e Afewerki, 72, concordaram em abrir embaixadas, restabelecer comunicações e rotas aéreas e permitir que etíopes usem portos eritreus. O tratado foi assinado em Asmara, capital da Eritreia, durante uma histórica visita do premier da Etiópia.

“Recebi a primeira chamada de Asmara!”, exclamou Ermiyas Teklu, na Etiópia, após falar com seu tio pela primeira vez em duas décadas. “A última vez que eu falei com eles estava em um terceiro país”, contou.

Os dois países estavam em guerra desde 1998, pela posse da região de Badme. Em dezembro de 2000, após a morte de 70 mil a 100 mil pessoas no conflito, Afewerki e o então primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, firmaram um acordo de paz na Argélia que nunca foi respeitado. Em 2002, uma comissão apoiada pela ONU determinou que Badme ficasse com a Eritreia, mas a Etiópia não reconhecia a decisão.

A situação mudou no início de junho, quando o reformista Ahmed, que assumira o cargo de primeiro-ministro dois meses antes, aceitou integralmente os termos do acordo de 2000 e se comprometeu a tirar suas tropas de Badme. Nas redes sociais, a reaproximação vem sendo comparada à queda do Muro de Berlim.

Ahmed vem dando indícios de que pretende estabilizar seu país, afetado por graves dificuldades econômicas, por uma pesada dívida externa e pela escassez de investimentos estrangeiros.

Outro sinal disso é a recente revogação do estado de emergência que estava em vigor desde fevereiro, por causa dos protestos que derrubaram o ex-premier Hailemariam Desalegn.

O percurso, no entanto, não deve ser tranquilo. Recentemente, um comício de Ahmed em Adis Abeba foi alvo de um atentado. Já Afewerki governa a Eritreia desde sua independência da Etiópia, em 1993, e é acusado de violações dos direitos humanos por perseguir opositores e impor serviço militar compulsório a todos os homens.

O país é o 179º em uma lista de 180 nações sobre liberdade de imprensa elaborada pela ONG Repórteres Sem Fronteiras, à frente apenas da Coreia do Norte, e um dos vetores da crise migratória e de refugiados no Mediterrâneo Central.

Com informações da ANSA.

 

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