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Africa: Relatos do médico Tarcisio Pedreira comovem baianos

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342e16ce-c62f-4d10-a435-ec086b9dc1bbO médico sãogonçalense Dr. Tarcisio Pedreira está em missão humanitária na Africa e envia ao Brasil,  mensagens e manifestações  lá da vida do dia a dia deste país. As informações e relatos da África, de Aldeias muito pobres são comoventres.

Acompanhe  depoimentos de  Dr Tarcísio Pedreira. 

Muitos são os caminhos a se indicar aos filhos. Neste território, a nenhum pai é dado o privilégio do pleno acerto, bom considerar que todos os pais querem o melhor para os filhos. Muitas são as variantes, embora o maior objetivo seja o êxito econômico.

 No momento encontro-me em êxtase com a opção de meu segundo filho, Dr. Tarcísio Pedreira, médico por vocação e cirurgião por opção. Ele tirou quinze dias de férias e poderia ter escolhido quaisquer dos melhores destinos turísticos, mas preferiu o exercício do voluntariado, escolhendo ir à Moçambique, na África, em aldeias onde estão alojadas pessoas das mais pobres e mais miseráveis do mundo.

Surpresa para o velho pai, que nunca pediu isto para o filho, embora o exemplo mais presente no ambiente familiar seja: “fazer o bem, sem olhar a quem”.  Minha alma em regozijo com este exemplo de solidariedade. Tenho certeza, de lá, ele retornará muito melhor como gente. Agradeço a Deus por ter contaminado meu filho com o espírito de humanidade.

ee1e1c99-6ddf-47e1-932c-796de6451893Mais um dia de andança por aqui e o bicho que vejo é bode. Quase não vi outro. Às vezes aparece vaca ou galinha, mas é algo bem raro. Não vi cavalo nem jumento. O solo é pobre. Não existe capim ou qualquer outro tipo de vegetação rasteira. Portanto, é bode pra todo lado. Mas é triste constatar que este é um animal cultuado em que não se usa nem o leite da cabra. Triste realidade de um povo pois sagrado é o animal mais farto e adaptado a sua região.

No campo aberto, a imagem é bem parecida com o nosso sertão. Mas, é possível imaginar um sertão sem jegue? Difícil! Mais difícil é imaginar um sertão sem cachorro. Por pior que seja a nossa miséria no nordeste brasileiro, toda casa tem pelo menos um vira-lata. Já são quatro dias em Muzumuia, visitamos muitas moradias em que eu esperaria ser recebido pelo menos por uma dezena deles. Nenhum apareceu. Hoje eu não resisti e, através de um intérprete, perguntei a uma nativa:
– Aqui não tem cachorro?
A rapidez da resposta me espantou:
– Não tenho comida nem para as crianças. Como terei comida pra cachorro? Só tem cachorro quem tem pelo menos restos a oferecer.

 

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